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Entrevista | Oscar Martarello acelera ritmo de Xanxerê e elogia gestão municipalista de Carlos Moisés

Por: Marcos Schettini
07/07/2022 10:37 - Atualizado em 07/07/2022 10:47
Divulgação

Empresário de sucesso, Oscar Martarello decidiu mergulhar na iniciativa pública em 2020 para dar uma nova cara às ações da Prefeitura de Xanxerê. Eleito prefeito com 8.892 votos pelo PSDB, conduz a Capital do Milho de forma inovadora e versátil, acelerando as demandas e delegando atribuições que colocaram o município no posto de um dos mais ágeis do Brasil.

Em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Marcos Schettini, o prefeito de Xanxerê falou de seu comportamento empresarial na vida pública, apontando números e índices que alavancaram a evolução da cidade no último ano, com crescimento próximo de 30%, mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia.

Ainda, analisou a gestão de Carlos Moisés da Silva, entendendo que o governador tem um importante papel municipalista, que aproxima os cidadãos das questões governamentais. Também, falou de Jair Bolsonaro e observou que faltou a tão esperada reforma política, entendendo que o Governo Federal teve erros e acertos. Confira:


Marcos Schettini:Qual é o tamanho do estrago que a pandemia trouxe para seu município?

Oscar Martarello: Além das tantas vidas perdidas que não tem como mensurar, tivemos uma grande fila reprimida de outras doenças que não foram atendidas durante o período de pandemia. Foi necessário redobrar nossos esforços e os valores investidos na saúde para atender a população. Além disso, tivemos muitos segmentos empresariais que foram duramente afetados, boa parte teve que se reinventar.


Schettini: O empresário precisa do incentivo do Poder Público, mas emperra na burocracia. Por quê?

Martarello: O empresário precisa estar no Poder Público, não podemos mais terceirizar a política. Somente com o envolvimento de quem já estagiou por muito tempo em suas empresas, que aprendeu, desaprendeu e tornou a reaprender por muitos anos, é que está mais preparado para governar o município, o Estado ou o País, é quem vive na pele o peso da máquina pública que deve estar nela para pilotar com mais agilidade. Nós empresários devemos nos colocar à disposição da iniciativa pública em algum momento de nossas vidas.


Schettini: Sua cidade é considerada a Capital do Milho. E é exatamente este insumo que falta para o setor cooperativista. Cadê a Ferrovia do Frango?

Martarello: Estivemos no último dia 28, em Pinhalzinho, reunidos com lideranças do Grande Oeste, Associações Empresariais e a Facisc na apresentação do traçado da Ferrovia que liga MS a Cascavel, Cascavel a Paranaguá e Cascavel a Chapeco. Esta ferrovia fará que os produtos cheguem com menor preço, tornando nossa região mais competitiva. O Oeste de Santa Catarina precisa de ferrovias e duplicação da BR282 e nisso devemos trabalhar em conjunto.

Schettini: Vive-se uma forte crise ideológica e econômica no Brasil. Por quê?

Martarello: Estamos vivendo um momento em que a grande maioria dos eleitores acreditam que apenas o Governo Federal irá resolver todos os nossos problemas, esquecendo que a construção precisa iniciar pelo alicerce. As pessoas de bem precisam se colocar à disposição do Legislativo, Executivo municipal e estadual e fazer o dever de casa. A responsabilidade da crise econômica se dá por algumas ideologias doentias, quando eu acredito que apenas eu estou certo e o mundo todo está errado. Então deixamos de discutir soluções e apenas apontamos erros.


Schettini: Quem acaba pagando caro é, sempre, a parte mais necessitada da sociedade. O Brasil é injusto?

Martarello: Sim, existem muitas diferenças sociais e o extremismo ideológico não ajuda a resolver esta situação. Precisamos entender que o trabalhador precisa do empregador e o empregador por sua vez precisa do trabalhador. Somos uma célula única que precisa encontrar o equilíbrio, mas isso só será possível com diálogo e tolerância.


Schettini: Como o senhor avalia o presidente Jair Bolsonaro?

Martarello: Eu esperava a tão sonhado Reforma Política, não dá para aceitar R$ 5 bilhões para os partidos políticos num país que milhões de pessoas passam dificuldade. Também a Reforma Tributária, que além dos altos impostos, há uma enorme complexidade neles. Sem falar do nosso Estado que é o sexto que mais manda impostos pra Brasília e é o vigésimo segundo que menos recebe. Acertou em muitas e errou em outras.


Schettini: E o governador Carlos Moisés?

Martarello: Um governador municipalista. Está dando atenção a todos os municípios, pequenos, médios e grandes. Nada melhor que prefeitos, vices e vereadores para entender a demanda e as prioridades do seu povo. Ouço da grande maioria dos prefeitos a satisfação com o atendimento do Governo.


Schettini: Qual a diferença do seu governo no modo de gestão e aplicação dos recursos?

Martarello: Um governo pouco político e extremamente profissional e técnico. Ocupamos servidores de carreira para nosso secretariado, baixamos a folha de 50% para 41%. Desburocratizando tudo aquilo que vinha travando a iniciativa privada. Para ter uma ideia, nós somos o oitavo município mais ágil do Brasil em viabilidade de empresas, uma licença ambiental sai em não mais que cinco dias. Crescemos 28% no ano passado e este ano o ritmo está ainda maior. Procuramos dar uma resposta rápidas às pessoas mais fragilizadas, sem deixar de planejar Xanxerê para os próximos 30 anos.

Schettini: Como o senhor vê a guinada política de Gelson Merisio apoiando Lula da Silva para presidente?

Martarello: Ao logo dos anos percebemos muitas destas mudanças, às vezes difíceis de entender. Por exemplo, Lula e Alckmin que eram adversários, hoje estão juntos. Bolsonaro e Moro, que eram uma única voz, hoje são adversários. Cada um busca justificar suas atitudes. A população, no momento oportuno, fará seu julgamento positivo ou negativo.


Schettini: A Fecam tem eleição todos os anos. Não é um erro administrativo trocar sem ter tempo de implantar algo renovador?

Martarello: Acredito que não, porque geralmente o presidente sempre ocupa cargos dentro da diretoria antes de ser presidente. Desta forma, consegue se antecipar nos planejamentos e ações. Assim dá sequência nos acertos da gestão anterior e faz suas inovações.


Schettini: Defina religião, política, economia e sociedade. O que precisa mudar?

Martarello: Na religião, precisamos vivem mais na fé e na doutrina cristã, entender melhor nossa existência. Na política, se os bons não se envolverem, os maus governam. Precisamos de reformas, acredito que não mais que cinco cifras partidárias, nada de fundo eleitoral. Na economia, liberdade econômica. A natureza se encarrega de buscar o equilíbrio com a oferta e a procura. A reforma tributária ajudaria bastante. E uma sociedade com mais tolerância.


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